TDAH, dificuldade ou possibilidade de aprendizagem?

          

          A vida contemporânea nos apresenta facilitadores, comunicação rápida, aparelhos celulares com recursos cada vez mais avançados, aplicativos para diversas funções que  alguns anos eram muito difíceis de serem realizadas ou nem existiam.
         Percebe-se a gama infindável de estímulos visuais, auditivos e físicos, que crianças recebem, tornando-as mais ativas. Ao compararmos uma criança da contemporaneidade a outra da mesma idade, porém de uma época passada, perceberíamos em matéria de conhecimento uma distância, “anos luz” uma da outra.
         Desta forma, podemos prever que não existem mais salas de aulas silenciosas, pois temos crianças que interagem, questionam, ou seja, são mais ativas. Diante disso, não se pode dizer genericamente “meu filho, ou meu aluno tem TDAH”, tomando como base apenas um sintoma de inquietude.
    A criança com TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e hiperatividade) precisa apresentar ao menos seis sintomas, de acordo com pesquisas de Luiz Augusto de Roh, erra por falta de atenção, às vezes parece não escutar quando solicitado, não finaliza tarefas, não segue instruções, dificuldade de organização, recusa de atividades que exigem esforço mental, perde coisas necessárias. Estes são os sintomas da falta de atenção.
         Já a hiperatividade, evidencia-se  por movimentação das mãos ou pés, deixar sua cadeira na sala de aula, escalar, correr em excesso em momentos inadequados, estar frequentemente ativo, a todo vapor. Estes sintomas podem vir somados a impulsividade em alguns casos, caracterizados por responder antes da pergunta ser concluída, impaciência ao esperar a vez de falar ou entrar na conversa alheia.
         Diante disso, a criança com TDAH em ambientes que não são compreendidas acabam sentindo-se um ET (extra terrestre), baixa autoestima, desmotivado a aprender e às vezes até desiste de si mesmo.
         A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que 5% da população apresente este transtorno, que na fase adulta reduz para 3%. Os adultos que procuram consultórios apresentam sintomas de ansiedade e depressão. Estas pessoas têm maior envolvimento em acidentes graves de trânsito, uso de drogas, fracasso escolar e a lista não termina aqui.
         Sendo assim, cabe a família e a comunidade escolar: ver apenas a dificuldade ou a possibilidade de aprendizagem, pois quem possui o TDAH é muito sensível e inteligente, quando elogiado consegue manter o foco. Então podemos escolher ser o incentivador ou o destruidor dos sonhos de alguém com grande potencial de viver feliz e aprendendo.
                                                                                  
                                                                                   ROSANE DE CARVALHO

         

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